Márcio Lopes é acusado de querer continuar presidindo o partido
Filiados denunciam que o atual presidente descumpriu a ordem judicial que ordenou a realização da convenção
Integrantes do Partido Democrático Trabalhista (PDT), em Fortaleza, travam uma disputa aberta pelo comando da legenda na Capital. A convenção do diretório municipal, marcada para ontem, na Câmara Municipal, foi cancelada e o caso foi parar na Justiça que determinou a sua realização. No final da tarde, alguns pedetistas foram à sede do partido para denunciar o descumprimento da ordem judicial de realizar a convenção.
O atual presidente da sigla, ex-vereador Márcio Lopes está sendo acusado de fazer manobras para continuar à frente do partido através de uma comissão provisória que seria nomeada pelo presidente regional da agremiação, André Figueiredo, apontado como seu aliado nessa empreitada de evitar que houvesse disputa no diretório do partido na Capital.
Márcio Lopes, baixou editais convocando e cancelando a convocação dos filiados para participarem da convenção que elegeria o novo diretório, o conselho de ética e o conselho fiscal do partido. O mandato do atual diretório termina amanhã, terça-feira. A convenção aconteceria dia 25, mas no dia 19 um novo edital foi baixado cancelando a realização do evento.
Um grupo de filiados, insatisfeito com o cancelamento, no último sábado, pela manhã, foi à Justiça Estadual e a juíza de plantão, Sílvia Nóbrega, concedeu liminar determinando que seja marcada uma nova data para a convenção e concedendo o prazo de 24 horas para que o presidente do partido, Márcio Lopes, se manifeste.
A disputa na convenção era algo difícil de ser evitado. Márcio Lopes confessa que tentou construir uma chapa única porque a disputa interna em um ano de eleições não é bom para o partido, mas não conseguiu. Integrantes de uma chapa que estaria disposta a disputar o comando da legenda avaliam o cancelamento da convenção como uma manobra. Esse grupo formou uma chapa e tentou registrá-la no dia 16, mas esta não foi recebida sob o argumento de que a convenção seria cancelada, como realmente aconteceu por meio de um edital publicado no dia 19.
Disputa
Embora apresentando versões diferenciadas, o que dizem os interlocutores de cada grupo é que a disputa estava marcada para a convenção. O ex-presidente do partido, Araújo de Castro, informou ao Diário do Nordeste que foi procurado por um grupo de antigos companheiros insatisfeitos com a atual administração porque não se reunia para debater as questões internas. Este grupo o convenceu a participar de uma chapa que seria apresentada para disputar o comando da agremiação.
O presidente da executiva, Márcio Lopes, informou que cancelou a convenção municipal por orientação do secretário-geral da executiva estadual, Francisco das Chagas Soares. Tal medida foi adotada por indício de fraude porque detectou um movimento de filiação muito acima do normal. Foram mais de 100 filiações e isso poderia desequilibrar o pleito, argumenta Márcio Lopes.
Ele disse que não se trata de nenhum ato ditatorial, mas uma medida cautelatória, para que as novas filiações sejam avaliadas e as regulares terão assegurado o direito ao voto. Márcio diz que não tem nada contra os novos filiados e estaria cometendo uma injustiça se não permitisse a eles o direito ao voto. Márcio disse ainda que vai cumprir a decisão judicial e marcar uma nova data para a convenção.
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