Felipão é oficializado no comando da Seleção e diz que, ao lado de Parreira, quer retomar o favoritismo da equipe
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Com Parreira, Felipão deve estrear no comando da Seleção em fevereiro |
Luiz Felipe Scolari foi confirmado nesta quinta-feira como o novo
técnico da Seleção Brasileira. Com a experiência de ter sido
pentacampeão mundial há dez anos, ele foi contratado pela CBF para
substituir Mano Menezes, demitido na semana passada, e terá a missão de
comandar o Brasil em busca do hexa na Copa do Mundo de 2014. Junto com
ele chega o tetracampeão Carlos Alberto Parreira, que será coordenador.
Ambos foram apresentados ontem pelo presidente da CBF, José Maria Marin.

Em
sua primeira entrevista coletiva, Felipão já mandou um recado claro ao
assumir o cargo. Segundo ele, o Brasil tem "obrigação" de conquistar o
título do Mundial por estar jogando em casa. "É bom que fique claro:
temos a obrigação, sim, de buscar o título. Hoje, não somos favoritos,
mas pretendemos nos tornar favoritos. Vamos trabalhar para isso",
afirmou.
Atualmente com 64 anos, Felipão evitou fazer muitas
comparações com a sua primeira passagem pela Seleção. "Me sinto mais
motivado, mais jovem, em condições de assumir o cargo. Acho que as
dificuldades podem ser um pouco diferentes, mas são parecidas", avaliou.
Futuro
Ao
falar sobre seus planos para o time, Felipão disse que irá promover uma
sequência natural do trabalho feito até agora por Mano Menezes, mas
que, aos poucos, vai implantando seu estilo. Ele aproveitou para
defender a jovem geração do futebol brasileiro, especialmente Neymar.
Sem
adiantar nomes de possíveis convocados, Felipão revelou que tentará
mesclar juventude e experiência no grupo brasileiro. "A Seleção é jovem,
mas tem outros jogadores experientes que podem dar sua contribuição. E
fazer com que a Seleção não seja tão jovem", explicou.
A estreia
de Felipão no cargo será no dia 6 de fevereiro em amistoso contra a
Inglaterra, no estádio de Wembley, em Londres. "Será muito bom jogar
lá", disse o treinador. Depois, o Brasil ainda deve fazer mais quatro
jogos antes da Copa das Confederações em junho.
Felipão teve momentos distintos desde o penta, em 2002
Dois
amistosos já estão marcados, ambos em junho. No dia 2, o Brasil
enfrenta a Inglaterra, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. No dia
9, será a vez de jogar contra a França, no Mineirão, em Belo Horizonte.
E a CBF ainda vai tentar utilizar as duas datas reservadas pela Fifa no mês de março para jogos de seleções.
Felipão pede desculpas aos bancários por ofensa
"Se
não quer pressão é melhor não jogar na Seleção, vão trabalhar no Banco
do Brasil, num escritório", disse Luiz Felipe Scolari em sua
apresentação como novo técnico da Seleção Brasileira, ontem,
referindo-se à importância de vencer a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
A
frase não repercutiu bem. Poucos minutos depois, o próprio banco e a
associação que representa seus 116 mil funcionários classificaram a
declaração do treinador como "infeliz" e "preconceituosa".
Desculpas
Horas
depois da entrevista coletiva dada na cidade do Rio de Janeiro, ainda
na tarde de ontem, o Banco do Brasil divulgou nota dizendo que o técnico
brasileiro entrou em contato com o presidente Aldemir Bendine para
pedir desculpas.
No contato, diz a nota, Luiz Felipe Scolari
lembrou que é cliente do Banco do Brasil há mais de 30 anos e afirmou
que não teve a intenção de ofender os funcionários da empresa.
"Eu
estou lá é para pedir a colaboração do povo brasileiro à Seleção e não
pretendia ofender o pessoal do Banco do Brasil. Foi apenas uma má
colocação", disse o técnico. Para Bendine, o episódio está superado.
"Você
(Scolari) vai ter aqui uma família de 116 mil pessoas que estará
torcendo pelo seu trabalho, que você seja muito feliz nessa nova
empreitada e que traga de volta aquela alegria que você nos deu em
2002", afirmou o presidente do banco na nota.
Blatter parabeniza CBF pelo anúncio
Para
o presidente da Fifa, a Seleção Brasileira não poderia ficar sem
representante no sorteio da Copa das Confederações amanhã
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse que o
presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria
Marin, acertou ao anunciar o novo técnico da Seleção Brasileira antes do
sorteio dos grupos da Copa das Confederações, que será realizado neste
sábado.
"A Seleção Brasileira não pode ser uma terra de ninguém.
Não podemos ter um vácuo. Apoio totalmente a decisão (da CBF) e fico
feliz que tenha sido rápida", disse o presidente da entidade máxima do
futebol mundial na manhã de ontem, em conversa com alguns jornalistas
brasileiros em São Paulo.
Sorteio
A
capital paulista receberá amanhã o sorteio dos grupos do evento que será
disputado em 2013. Para Blatter, é fundamental que o técnico brasileiro
participe de encontro dos treinadores, que ocorrerá antes do evento.
"A
cadeira do técnico brasileiro, país anfitrião, não pode estar vazia
nesse evento tão importante. Serão feitas perguntas, e o treinador tem
que estar ali para responder", explicou Blatter.
Em entrevista ao
jornal "Folha de S.Paulo", José Maria Marin disse que a antecipação na
escolha do substituto de Mano Menezes foi feita o quanto antes depois de
uma conversa com Blatter e o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke. O
presidente da entidade, porém, não admitiu a interferência.
Na
semana passada, Marin afirmara que o nome seria conhecido só em janeiro.
Depois, mudou a data para terça-feira que vem, 4, e, por último,
aceitou fazer o anúncio ontem.
Se Marin não concordasse em
oficializar Felipão nesta semana, seria o ex-diretor de seleções Andres
Sanchéz, que pediu demissão anteontem, o representante brasileiro nos
encontros.