Os números já apontam perda na safra de grãos em torno de R$ 332 milhões, mas a previsão é chegar a R$ 684 milhões, somente neste primeiro semestre, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), elaborado sob a coordenação do Instituto brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto isso, os agricultores da zona norte e Litoral Oeste vivem na ansiedade de receber o Garantia Safra, que este ano pode chegar a R$ 600, por cada trabalhador e trabalhadora cadastrados no programa. “Mas nem todos terão direito ao benefício devido o município não ter pago as parcelas exigidas pelo programa”, disse José Ferreira, coordenador da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará (Fetraece), que representa 38 municípios na região norte do Ceará.
Entre os municípios que se apresentam como negativo para receber os benefícios estão Alcântaras, Coreaú e Senador Sá. De acordo com o presidente do Sindicato dos trabalhadores de Coreaú, Antônio Machado de Albuquerque, pelo menos 1.300 agricultores aguardam a regularização. “O prefeito Carlos Roner nos garantiu que o município está revendo a situação”, disse. Esses trabalhadores tiveram perda na safra acima de 50%, o que já garante a inclusão no programa.
Já em Alcântaras, o número de trabalhadores que esperam a ajuda do Governo Federal é pequena, algo em torno de 47. Em Senador Sá, são mais de 600 agricultores.
“Para que o trabalhador garanta a sua participação no programa, ele tem que pagar uma taxa de R$ 5,50 em qualquer casa lotérica, em contra-partida o município onde ele reside também tem que pagar uma taxa um pouco maior, de R$ 16,00 por cada trabalhador que aderir ao Seguro Safra. Se assim não fizer o trabalhador não terá direito ao benefício”, esclarece Ferreira.
Um dos agricultores em Sobral que está incluído no programa e que aguarda ajuda por parte do Governo Federal é Antônio Olavo da Ponte, que mora na localidade de Salgado dos Machados. Ele disse que chegou a plantar cerca de 16 quilos de grãos entre milho e feijão. “Perdi quase tudo. Acredito que a colheita não chegará a 50 quilos”, disse Ponte.
Frustrações
“As perdas estão por quase todos os municípios, mas aonde se registrou as maiores frustrações foi na bacia do Rio Coreaú, devido às cheias naquela região, principalmente do Rio Juazeiro”, garante Ferreira.
Conforme pesquisa de campo, nesta região os índices apresentam perda da lavoura que varia de 60% a 70%. Este ano, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o volume de chuvas no Estado foi 100% superior à média registrada nos últimos 35 anos.
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