Analistas apontam questões a serem superadas pelo Brasil para conquistar assento permanente na ONU
Com um destaque maior no cenário internacional, o Brasil terá que superar a oposição de algumas potências para obter um assento neste seleto grupo, de acordo com analistas brasileiros.
Há duas semanas, ao abrir a Assembleia Geral das Nações Unidas, a presidente Dilma Rousseff defendeu o ingresso do Brasil no Conselho e ressaltou o crescente protagonismo internacional do país, citando a liderança da Missão de Estabilização da ONU no Haiti.
Como ocorre na questão palestina, o Brasil precisa enfrentar as grandes potências ocidentais, em especial os Estados Unidos, que criticam abertamente algumas posições adotadas pelo governo brasileiro.
Em março deste ano, o Brasil - que ocupa até dezembro o posto de membro não-permanente do Conselho de Segurança - se absteve na votação sobre a resolução 1973 que aprovou uma intervenção armada na Líbia. Em agosto, enviou uma missão diplomática controversa à Síria para dialogar com o presidente Bashar al-Assad, e em 2010, realizou uma tentativa de mediação para resolver a questão nuclear do Irã, que se mostrou infrutífera.
Visão própriaMatias Spektor, coordenador do Centro de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, considera que "o mais importante é que o país tenha uma visão própria". "O Brasil cada vez mais é chamado a apontar alternativas. Se o país não gosta das regras do jogo como elas existem atualmente, precisa dizer quais são as alternativas. Então, sempre que o Brasil trouxer ideias novas à mesa, isso contribui para o argumento de que merece uma cadeira no Conselho", ressalta Spektor.
O embaixador Marcos Azambuja, membro do conselho curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), reconhece que o Brasil é lento na hora de tomar decisões importantes, mas acredita que pode ter isso ao seu favor, ao se apresentar como um agregador de opiniões. "O Brasil é um criador de consensos, de pontes entre ricos e pobres, desenvolvidos e em desenvolvimento, norte e sul, leste e oeste. Este é um processo interessante mas é, por definição, lento", explica. "O Brasil se equivoca pouco, mas demora muito para acertar", considerou Azambuja, embora tenha destacado o Brasil como "criador de consensos, de pontes entre ricos e pobres, desenvolvidos e em desenvolvimento, norte e sul, leste e oeste", explicou.
Superar hegemoniaAo contrário da Índia, potência emergente que já recebeu o apoio dos EUA, o Brasil ainda precisa superar a barreira da hegemonia americana para chegar ao Conselho, segundo os especialistas. Apesar disso, para Peter Hakim, do centro de análises Diálogo Interamericano em Washington, "é inevitável que o Brasil se torne um membro permanente", acrescentando que "a reforma não vai ocorrer neste ano ou no próximo, mas é realmente esperada", afirma.
Há duas semanas, ao abrir a Assembleia Geral das Nações Unidas, a presidente Dilma Rousseff defendeu o ingresso do Brasil no Conselho e ressaltou o crescente protagonismo internacional do país, citando a liderança da Missão de Estabilização da ONU no Haiti.
Como ocorre na questão palestina, o Brasil precisa enfrentar as grandes potências ocidentais, em especial os Estados Unidos, que criticam abertamente algumas posições adotadas pelo governo brasileiro.
Em março deste ano, o Brasil - que ocupa até dezembro o posto de membro não-permanente do Conselho de Segurança - se absteve na votação sobre a resolução 1973 que aprovou uma intervenção armada na Líbia. Em agosto, enviou uma missão diplomática controversa à Síria para dialogar com o presidente Bashar al-Assad, e em 2010, realizou uma tentativa de mediação para resolver a questão nuclear do Irã, que se mostrou infrutífera.
Visão própriaMatias Spektor, coordenador do Centro de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, considera que "o mais importante é que o país tenha uma visão própria". "O Brasil cada vez mais é chamado a apontar alternativas. Se o país não gosta das regras do jogo como elas existem atualmente, precisa dizer quais são as alternativas. Então, sempre que o Brasil trouxer ideias novas à mesa, isso contribui para o argumento de que merece uma cadeira no Conselho", ressalta Spektor.
O embaixador Marcos Azambuja, membro do conselho curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), reconhece que o Brasil é lento na hora de tomar decisões importantes, mas acredita que pode ter isso ao seu favor, ao se apresentar como um agregador de opiniões. "O Brasil é um criador de consensos, de pontes entre ricos e pobres, desenvolvidos e em desenvolvimento, norte e sul, leste e oeste. Este é um processo interessante mas é, por definição, lento", explica. "O Brasil se equivoca pouco, mas demora muito para acertar", considerou Azambuja, embora tenha destacado o Brasil como "criador de consensos, de pontes entre ricos e pobres, desenvolvidos e em desenvolvimento, norte e sul, leste e oeste", explicou.
Superar hegemoniaAo contrário da Índia, potência emergente que já recebeu o apoio dos EUA, o Brasil ainda precisa superar a barreira da hegemonia americana para chegar ao Conselho, segundo os especialistas. Apesar disso, para Peter Hakim, do centro de análises Diálogo Interamericano em Washington, "é inevitável que o Brasil se torne um membro permanente", acrescentando que "a reforma não vai ocorrer neste ano ou no próximo, mas é realmente esperada", afirma.
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