Novo partido reúne os deputados estaduais para oficializar a sua bancada na Assembleia, a partir de ontem
Reunião dos integrantes do PSD na Assembleia Legislativa, para mostrar, oficialmente, as filiações dos deputados estaduais e suplentes que representarão o partido
Oficialmente, a partir de ontem, o Partido Social Democrático (PSD) com a oficialização das filiações de cinco deputados estaduais e três suplentes, começa no Estado da Ceará, empatado com o PT em número de titulares na Assembleia Legislativa e atrás apenas do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que elegeu 11 deputados estaduais.
Na manhã de ontem, os parlamentares que ingressaram na nova sigla compareceram ao gabinete do deputado Professor Teodoro, até então filiado ao PSDB, onde, na presença do presidente da comissão provisória Estadual do Partido, Almircy Pinto, preencheram suas fichas de filiação à nova sigla.
O PSD, que terá como líder na Assembleia Moésio Loiola, ex-líder do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) na Casa, confirmou as filiações dos deputados Gony Arruda, Moésio Loiola, Leonardo Pinheiro, Osmar Baquit e Rogério Aguiar, além dos suplentes Cirilo Pimenta, Nenen Coelho e Professor Teodoro. Com exceção de Leonardo Pinheiro, que abandona o Partido da República (PR), todos os parlamentares saem do PSDB, até então a segunda maior bancada no Legislativo estadual.
Balanço
Com a criação do PSD, permanecem na bancada tucana apenas os deputados João Jaime e Fernando Hugo. O partido está fazendo restrição à permanência do deputado Téo Menezes. A bancada agora ocupa a sexta posição na Assembleia Legislativa. Além dos deputados estaduais, o tucanos também perderam dezenas de prefeitos que elegeu no pleito de 2008 e maior número ainda de vereadores e outras lideranças.
Hoje, a direção estadual ainda não tem um quadro real do número de filiados ao partido, principalmente em relação aos que pretendem disputar as eleições municipais do próximo ano, mas o entendimento é de que a nova agremiação, aliada do Governo estadual, fará um número expressivo de prefeitos e vereadores, perdendo apenas para a agremiação oficial do governador Cid Gomes, o PSB.
Candidatos
Segundo Almircy Pinto, a expectativa é de que, até o dia 7 de outubro, quando se encerra o prazo para que pretensos candidatos às eleições 2012 troquem de partido, ainda se filiem ao PSD cerca de 45 prefeitos e o deputado federal Manoel Salviano, ex-PSDB que na última segunda-feira conversou pessoalmente com o governador.
De acordo com Almircy Pinto, o partido também já se articula para disputar prefeituras de grandes centros eleitorais do Estado. "Nós já começamos como um partido forte, não só no Ceará como em nível nacional. Nos 130 municípios onde possui comissões eleitorais formadas, o PSD deverá ter candidato próprio ou fazer coligações em todos, incluindo grandes cidades como Juazeiro do Norte, Maracanaú, Quixadá, Quixeramobim e Baturité", declara.
Em clima de despedida, deputados que agora migram para o novo partido utilizaram a tribuna da Assembleia para falar da mudança. "Agradeço a todos os companheiros com quem convivemos nesses anos de PSDB, em especial ao ex-senador e ex-governador Tasso Jereissati. Um dos maiores nomes de todos os tempos da política cearense, ele certamente será reconhecido pelo povo em sua história", declarou Professor Teodoro, ex-vice líder do PSDB na Casa.
Apesar da indicação do presidente nacional do partido, o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, de que a legenda terá uma posição independente no cenário político brasileiro, Almircy Pinto garante que o PSD cearense fará parte da base de apoio do governador Cid Gomes.
Reação
"Essa é uma ação que só mostra que, mais do que nunca, precisamos de uma reforma política urgente, pois esse ir e vir de políticos indignifica a moral dos partidos com a sociedade", declara Fernando Hugo, que garante que o PSDB continuará "com vida" na Assembleia.
O presidente estadual do PSDB, Marcos Cals, diz que lamenta a perda dos parlamentares para a nova sigla, mas afirma não existir ressentimentos entre a executiva tucana e os deputados que deixam a agremiação. "O PSDB é um partido de oposição ao Governo Cid Gomes, então é natural que todos aqueles que integrem a base busquem outra sigla para ingressarem", avalia o tucano.
Sobre a possibilidade de o PSDB buscar na Justiça mandatos dos deputados que abandonam a sigla, Cals afirma que seguirá a orientação nacional do partido. "Só terei uma posição sobre os mandatos acompanhando a posição da executiva nacional". A legislação eleitoral permite a mudança.
ALIADOS
ALIADOS
Nova sigla faz evento para garantir a sua formação
Mais um partido para compor a base governista está sendo estruturado no Ceará. Depois de ganhar o registro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Partido Pátria Livre (PPL) vai realizar, hoje, a partir das 11 horas, um ato de filiação coletiva na Assembleia Legislativa. Entre os 30 nomes da lista que será apresentada nesta quinta-feira, estão parlamentares e gestores com mandatos no Interior do Estado, dizem os interessados.
Embora o partido tenha nascido, oficialmente, nesta semana, dirigentes da nova sigla, a 29ª do País, já interagem há vários meses - inclusive dando apoio nas eleições do ano passado - com partidos da base aliada, principalmente com o PT e com o recém-criado PSD, sigla governista. "Temos esse diálogo com eles (partidos da base aliada), inclusive tratando de alianças no Interior", declarou o secretário de organização do PPL Ceará, Laurence Bisol.
Entre as lideranças partidárias que já estiveram com dirigentes do PPL está o presidente municipal do PT Fortaleza, Raimundo Ângelo; o articulador político da prefeita Luizianne Lins, Valdemir Catanho; e o presidente estadual do PSD, Almircy Pinto. "Com o governador Cid Gomes nós conversamos informalmente, mas a partir da próxima semana estaremos marcando conversas com vários partidos, como o PSB e o PMDB", adiantou Bisol.
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