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MAGAZINE LUIZA

terça-feira, 26 de julho de 2011

PLANEJAMENTO DA PETROBRAS: Prazo da refinaria é mantido no CE e adiado no Maranhão

Todos os projetos de construção de refinarias foram mantidos pela estatal, que apresentou seu plano para 2011-2015
Especulações sobre adiamento das refinarias Premium só se confirmaram para a unidade do Maranhão.
As especulações sobre um possível atraso no cronograma de instalação da refinaria Premium II, a ser construída no Pecém, não se confirmaram, e o empreendimento teve sua data de operação mantida para 2017. Já a unidade do Maranhão, entretanto, foi postergada, segundo informou ontem o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, ao divulgar o Plano de Negócios 2011-2015 da companhia.
De acordo com Gabrielli, diante da necessidade de revisão nos investimentos, a companhia atendeu ao pedido da presidente Dilma Rousseff de não realizar corte nos aportes às novas refinarias, mas sim uma postergação. A decisão pelo adiamento só atingiu a refinaria Premium I, que está em processo de terraplanagem no município de Bacabeira, no Maranhão. O complexo entrará em operação em duas fases, cada uma com capacidade de refino de 300 mil barris de petróleo por dia (bpd). A primeira, programada no plano anterior para 2014, foi repassada para 2016. A segunda também foi atrasada em dois anos, passando de 2017 para 2019.
No último plano de negócios da estatal, a refinaria cearense foi adiada de 2013 para 2017, e teve seu projeto reprogramado para entrar em operação em uma única fase - antes seriam duas. No atual plano, não houve alterações no planejamento para a unidade cearense. A Premium II terá capacidade de refino para 300 mil bpd.
A Petrobras planeja investir deste ano até 2015 um montante de US$ 224 bilhões (R$ 386 bilhões), concentrando 57% destes recursos no segmento de Exploração e Produção, com destaque para o desenvolvimento das áreas do pré-sal. Para a ampliação do parque de refino, ela investirá US$ 35,3 bilhões, a serem alocados nas quatro novas refinarias: Premium I e II, Abreu e Lima, em Pernambuco, e Comperj, no Rio de Janeiro.
A pernambucana, que deverá iniciar sua produção no ano que vem, está com 70% de suas obras concluídas, segundo informou Gabrielli. A primeira fase da Comperj, com capacidade de 165 mil bpd, começará em 2013, e sua duplicação está programada para operar em 2018.
Orçamento reduzirá
A refinaria cearense - que atualmente está com a licença prévia emitida, mas ainda não possui a licença de instalação, que permite o início das obras - tem um orçamento inicial de US$ 11,1 bilhões, mas a estatal já programa uma redução no custo do empreendimento, assim como no do Maranhão. Segundo o plano apresentado ontem, a ideia da empresa é de que a curva de aprendizagem com as novas refinarias de Pernambuco e do Rio de Janeiro permita uma redução nos investimentos das unidades Premium.
Desta forma, a estatal definiu metas específicas de redução de custo na construção das novas refinarias, que deverão ser alcançadas na elaboração dos projetos de construção e pelo programa de redução de despesas operacionais.
Apesar das constantes críticas de analistas de mercado, que sustentam que a estatal deveria reduzir os aportes de recursos na ampliação do refino, a Petrobras resolveu manter os projetos de todas as novas refinarias. Com as novas unidades, o Brasil passará a ter sua capacidade de refino, que hoje é de 2,2 milhões de bpd, ampliada para 3,2 milhões de bpd até 2020, ano em que a produção de petróleo e gás brasileira deverá ser de 4,9 milhões de bpd.
Segundo Gabrielli, "é a expansão do mercado brasileiro que explica a expansão da capacidade de refino". Originalmente programadas para produzir para o mercado internacional, as novas unidades serão agora direcionadas para a demanda interna.
REJEIÇÕES
Estatal nega disputa com o governo para aprovar plano
Rio O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, negou que tenha havido disputa entre a direção da empresa e o governo nas discussões para a aprovação do novo programa de negócios da estatal e afirmou que ambos buscaram um "plano mais realista".
O executivo considerou "normal" a demora na aprovação do plano pelo Conselho de Administração da companhia - cuja maioria dos integrantes é indicada pelo governo - diante da complexidade de "analisar" e "reavaliar" mais de 3.000 projetos.
Gabrielli não revelou os valores propostos inicialmente pela direção da companhia para os investimentos nos próximos anos. Inicialmente, a estatal apresentou proposta de US$ 250 bilhões, rejeitada pelo conselho. Depois, reduziu para algo em torno de US$ 230 bilhões, mas novamente não obteve o aval do colegiado.
Por fim, a direção da companhia propôs e viu aprovado na sexta-feira o programa de investimentos de US$ 224,7 bilhões para o período 2011-2015, mesmo nível do plano anterior (US$ 224 bilhões de 2010 a 2014).
O governo - por meio de seus conselheiros - também rejeitou a ideia de aumentar os preços dos combustíveis e, assim, assegurar uma geração maior de caixa nos próximos anos para fazer frente aos investimentos. O receio era o impacto de um plano ambicioso sobre a economia - já bastante aquecida - e do aumento da gasolina sobre a inflação.

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