Durante 40 minutos, a presidente do Brasil falou das missões e prioridades do novo governo presidido por ela
Na solenidade, Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer foram oficialmente empossados pelo presidente do Senado, o ex-presidente da República José Sarney
Em seu discurso de posse, a presidente Dilma Rousseff falou principalmente do legado deixado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e destacou que sua missão no cargo será ampliar as conquistas dos oito anos de governo de seu antecessor. Logo no início do discurso, ela foi interrompida por aplausos no Plenário do Congresso Nacional, ao fazer referência ao fato de ser a primeira mulher eleita para a presidência da República.
“Será a primeira vez que a faixa presidencial cingirá o ombro de uma mulher. Sinto imensa honra por essa escolha do povo brasileiro e sei do significado histórico dessa decisão. Meu compromisso é honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos”, declarou ela, que assinou o termo de posse pouco antes.
Sobre seu compromisso a partir desta data histórica, afirmou: “Venho para consolidar a obra transformadora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva”. Dilma continuou: “A maior homenagem ao presidente Lula é ampliar a avançar as conquistas de seu governo. Sob sua liderança, o povo brasileiro fez a travessia para uma outra margem de nossa história. Minha missão é consolidar essa passagem e avançar no caminho de uma nação das mais geradoras de oportunidades”.
Ela citou como missões “honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos”. Ao citar conquistas do governo do qual fez parte, primeiro como ministra das Minas e Energia e depois como chefe da Casa Civil, Dilma disse que há ainda muito a fazer. “Reduzimos nossa dívida social, resgatamos milhões de brasileiros da tragédia da miséria e ajudamos outros milhões a alcançarem a classe média. Mas é preciso sempre querer mais, descobrir mais, inovar os caminhos e buscar novas soluções. Podemos ser de fato uma das nações mais desenvolvidas e menos desiguais do mundo, uma democracia vibrante e moderna, plena de compromisso social. Para enfrentar esses grandes desafios, é preciso manter os fundamentos que nos levaram até aqui e agregar novos valores”, discursou.
A presidente reafirmou um compromisso de campanha: erradicar a miséria no Brasil. “Não vou descansar enquanto houver brasileiro sem comida na mesa”, prometeu. Em seguida, Dilma abordou a preocupação com o crescimento econômico e a estabilidade da economia. Caminhos, segundo ela, para sua meta de erradicação da miséria. “É com crescimento que serão gerados os empregos necessários para as atuais e novas gerações, é com crescimento que venceremos a desigualdade de renda e desigualdade de desenvolvimento regional. Isso significa manter a estabilidade econômica como valor”.
“Não permitiremos que essa praga (a inflação) volte a corroer nosso tecido econômico e castigar nossas famílias mais pobres”, garantiu.
Outras prioridades
Entre suas prioridades a presidente incluiu outros itens: “Junto com a erradicação da miséria será prioridade no meu governo a luta pela qualidade da educação, da saúde e da segurança”, disse. Ainda durante o discurso, Dilma prestou homenagem ao vice-presidente de Lula, José de Alencar, que está internado no Hospital Sírio-Libanês e não pode ir à posse. Ela referiu-se ao vice-presidente como um “grande homem”. “Quero, neste momento, prestar minha homenagem ao grande brasileiro, incansável lutador, companheiro que esteve ao lado do presidente Lula, o vice-presidente José Alencar”.
A presidente chegou ao Congresso pouco depois das 14h30 (horário de Brasília). Ao lado de Dilma, na solenidade de posse, estavam o vice-presidente da República, Michel Temer; o presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP); o vice-presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS); e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cesar Peluso. Às 14h50, Dilma prestou o compromisso constitucional e minutos depois Sarney declarou-a empossada no cargo, junto com o vice, Michel Temer. No Plenário do Congresso, gritos de “Dilma, Dilma” vindos da plateia e logo em seguida, a execução do hino nacional. Às 15h, Dilma e Temer assinaram o termo de posse.
GOVERNO FEMININO
População brasileira espera sensibilidade da nova líder
A posse da primeira mulher na Presidência da República alimenta expectativas de que o Governo terá mais sensibilidade social. A opinião é do público que compareceu, na manhã de ontem, à Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, para acompanhar a posse de Dilma Rousseff. Cerca de três mil pessoas se aglomeraram no local.
“Ela vai ter olho para enxergar mais além. Mulher tem um lado mais sensível”, explicou a dona de casa Norvenda Vieira, 50 anos, moradora do Distrito Federal.
Além de mais sensibilidade, há quem acredite em mais disposição política. “A gente [tem outro pensamento, a gente vai atrás, vai buscar”, explicou Marilene Nunes, 34 anos, gari que está trabalhando na posse da presidenta.
A alta expectativa em torno do primeiro mandato de uma presidenta não é só das mulheres. “Esse é um mandato histórico”, falou Luiz Mauro Gonçalves, relações pública que chegou ontem em Brasília vindo de Vitória (ES). Ele espera que Dilma faça um governo técnico, mas sem esquecer dos movimento sociais e que sua passagem pelo poder aumente o interesse das mulheres pela política.
O índio Aisanain Baltu Kamaiurá, estudante de doutorado em linguística na Universidade de Brasília (UnB), acredita que Dilma contribuirá para que “os brasileiros paguem a dívida com os povos indígenas” e para que o País avance na demarcação de terras indígenas.
Já a advogada rondonense Maria Cristina Batista, 35 anos, acredita que Dilma terá “competência para equilibrar desenvolvimento econômico e proteção ambiental”
VEJAS AS FOTOS DA POSSE DA NOVA PRESIDENTE
A multidão não esqueceu o ex-presidente Lula, que foi ovacionado e homenageado por muitos cartazes. Após descer a rampa, Lula quebrou o cerimonial e recebeu os cumprimentos da população que gritava por seu nome na Praça dos Três Poderes
Muitas pessoas levaram cartazes homenageando a presidente, que foi bastante aplaudida durante todo o tempo. Estima-se que 30 mil pessoas participaram da cerimônia de posse
Dilma sopra beijos à população durante o seu discurso no parlatório, que durou 12 minutos e 48 segundos e seguiu a mesma linha do feito no Congresso. A líder brasileira homenageou o ex-vice-presidente José Alencar, a quem chamou de “grande homem”
Depois de uma forte chuva, a presidente Dilma Rousseff desfilou com o carro oficial com a capota aberta. Ela subiu no Rolls Royce acompanhada da filha Paula. Durante todo o trajeto, a nova líder brasileira foi ovacionada pela multidão
Na solenidade, Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer foram oficialmente empossados pelo presidente do Senado, o ex-presidente da República José Sarney
VEJAS AS FOTOS DA POSSE DA NOVA PRESIDENTE
A multidão não esqueceu o ex-presidente Lula, que foi ovacionado e homenageado por muitos cartazes. Após descer a rampa, Lula quebrou o cerimonial e recebeu os cumprimentos da população que gritava por seu nome na Praça dos Três Poderes
Muitas pessoas levaram cartazes homenageando a presidente, que foi bastante aplaudida durante todo o tempo. Estima-se que 30 mil pessoas participaram da cerimônia de posse
Dilma sopra beijos à população durante o seu discurso no parlatório, que durou 12 minutos e 48 segundos e seguiu a mesma linha do feito no Congresso. A líder brasileira homenageou o ex-vice-presidente José Alencar, a quem chamou de “grande homem”
Depois de uma forte chuva, a presidente Dilma Rousseff desfilou com o carro oficial com a capota aberta. Ela subiu no Rolls Royce acompanhada da filha Paula. Durante todo o trajeto, a nova líder brasileira foi ovacionada pela multidão
Na solenidade, Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer foram oficialmente empossados pelo presidente do Senado, o ex-presidente da República José Sarney
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