A presidente defendeu a quebra de patentes de remédios usados para tratar doenças crônicas não transmissíveis.
A presidente Dilma Rousseff defendeu ontem a possibilidade de o governo brasileiro flexibilizar patentes de alguns medicamentos contra doenças crônicas não-transmissíveis, como hipertensão, câncer, diabetes e doenças respiratórias. A defesa da quebra de patentes foi feita durante Reunião de Alto Nível sobre Doenças Crônicas Não-Transmissíveis, realizada em Nova York."O Brasil respeita os seus compromissos em matéria de propriedade intelectual, mas estamos convencidos de que as flexibilidades aprovadas em Doha são indispensáveis para políticas que garantam o direito à Saúde", disse Dilma.
A presidente discursou ontem na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) e exaltou as iniciativas brasileiras na área da Saúde, como a distribuição de medicamentos para pessoas com diabetes e hipertensão. Ela também é co-anfitriã do Colóquio de Alto Nível sobre Participação Política de Mulheres. Amanhã, Dilma será a primeira mulher, desde a fundação da ONU, a proferir o discurso de abertura da Assembleia-Geral.
O evento é realizado na sede da ONU e pretende tratar da prevenção e do controle de doenças não-transmissíveis em todo o mundo, em especial nos países em desenvolvimento.
"O programa ´Saúde não tem preço´ distribui tais medicamentos, por meio de parceria com farmácias públicas e privadas. O acesso a medicamentos e a prevenção devem caminhar juntas", disse Dilma.
Se referindo sempre ao Brasil como "meu país", a presidente afirmou que aqui cerca de 72% das mortes não violentas são causadas por doenças como câncer, diabetes e hipertensão.
A presidente afirmou ainda que a saúde da mulher é uma prioridade de seu governo e, por isso, o País está combatendo o câncer de mama e o câncer de colo de útero. "Estamos facilitando o acesso aos exames preventivos, melhorando as mamografias", disse a presidente.
Em seguida, ela ressaltou que este tipo de enfermidade atinge a parcela mais carente da população.
"A incidência desproporcional dessas doenças entre os mais pobres demonstra a necessidade de respostas integrais ao nosso problema", afirmou.
Solução de conflitos
Durante o discurso no Colóquio de Alto Nível sobre Participação Política de Mulheres, a presidente brasileira criticou o uso da força na solução de conflitos.
"As mulheres são especialmente interessadas na construção de um mundo pacífico e seguro. Quem gera vida não aceita a violência como meio de solução de conflitos", afirmou a presidente.
Em março, o Brasil se absteve em votação no Conselho de Segurança da ONU que aprovou a criação de uma zona de exclusão aérea na Líbia para proteger civis das forças leais ao líder líbio Muammar Kadafi.
À época, o Itamaraty afirmou que a intervenção de forças estrangeiras na Líbia permitida pela resolução poderia acirrar os confrontos no país, além de incluir atores externos em um processo que, segundo o governo, deveria ser conduzido pela população líbia.
De acordo com Dilma, "a existência de conflitos armados vitima principalmente mulheres e crianças".
Ao falar sobre políticas públicas, ela afirmou que, no Brasil, as mulheres têm prioridade nos programas de transferência de renda e habitação.
Além de Dilma, estiveram no evento a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, a ex-presidente do Chile Michele Bachelet, e a representante da União Europeia para Assuntos Externos, Catherine Ashton, entre outras chefes de Estado e funcionárias de órgãos globais.
Para amanhã, a presidente disse que pretende fazer um discurso de "esperança" para outras nações da ONU.
Doenças
72% DAS MORTES não violentas, no Brasil, são causadas por doenças como câncer, diabetes e hipertensão, explicou Dilma em fórum da ONU
VERBAS PARA SAÚDE
Nos EUA, Padilha pede aprovação de Emenda 29
Nova York. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu ontem que os parlamentares aprovem a regulamentação da Emenda 29, que garante mais recursos para a saúde. O ministro está em Nova York acompanhando a presidente Dilma Rousseff.
Padilha disse que a regulamentação permitirá o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e abrirá caminhos para a ampliação dos financiamentos para o setor.
A votação da regulamentação da emenda está marcada para amanhã na Câmara dos Deputados. Hoje, uma comissão geral discutirá os principais pontos do projeto.
"A regulamentação da Emenda 29 é mais um passo importante para aprovar alternativas para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde. (A aprovação da regulamentação) vai ser um passo importante também se tiver uma combinação e acordo para o Senado retirar a emenda que exclui R$ 6 bilhões da saúde", disse Padilha.
A Emenda 29 fixa os percentuais mínimos a serem investidos anualmente em saúde pela União, estados e municípios.
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