O Estado vai disponibilizar uma verba mensal com o objetivo de cobrir os prejuízos da Casa de Saúde do Crato
O setor de traumatologia da Casa de Saúde Joaquim Bezerra de Farias Brito será mantido. A informação é do prefeito Samuel Araripe, que participou de uma reunião com o titular da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa), João Ananias, e a da secretária de Saúde do município, Nizete Tavares. De acordo com o prefeito, o Estado vai disponibilizar uma verba mensal com objetivo de cobrir os prejuízos apresentados pela direção da Casa de Saúde, em decorrência da falta de cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS). A liberação dos recursos será de acordo com a produção.
A manutenção dos serviços de traumatologia da Casa de Saúde tranqüilizou os profissionais da área de saúde e a população que estavam preocupados com a paralisação. Entre os pacientes, o clima é de euforia. Ontem, cerca de dez deles ocuparam o salão de espera dos ambulatórios, na tentativa de conseguir atendimento. O motorista Cícero Vieira disse que estava desesperado com a notícia do fechamento da traumatologia. "Hoje, estou mais confortado", complementou o paciente.
Na semana passada, a direção da Casa de Saúde Joaquim Bezerra enviou um ofício, à Secretaria de Saúde do Crato, anunciando a desativação do setor de traumatologia. O comunicado justificou que estava tendo um "déficit" mensal de R$ 40.000,00. Diante do impasse, não tinha outra solução, a não ser o seu fechamento, afirmou a direção da Casa de Saúde.
A notícia, publicada pelo Diário do Nordeste, mobilizou as lideranças políticas e classistas do município do Crato, principalmente o prefeito Samuel Araripe, que determinou a ida da secretária Nizete Tavares à Fortaleza, com o objetivo de resolver o problema.
prefeito lembrou que, além do Crato, mais 13 municípios da região do Cariri seriam prejudicados com a desativação da traumatologia. O vice-prefeito do Crato, Raimundo Bezerra Filho, que é sócio da Casa de Saúde, também acionou as lideranças políticas do Cariri para a manutenção do serviço. A equipe de sete médicos traumatologistas realiza, em média, 1.400 engessamentos e 150 cirurgias por dia. O faturamento não chegava a R$ 40.000,00 por mês, enquanto a despesa ultrapassava os R$ 70.000,00. O problema se agravou com a modificação no sistema de pagamento do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores por Via Terrestre (DPVAT). Antes, o pagamento era depositado diretamente na conta do hospital. Agora, o dinheiro do seguro é entregue ao proprietário do acidentado.
O Seguro DPVAT garante, à vítima, o reembolso de despesas médico-hospitalares, desde que devidamente comprovadas, efetuadas pela rede credenciada junto ao Sistema Único de Saúde, quando em caráter privado, vedada à cessão de direitos, bem como veda o reembolso quando o atendimento for realizado pelo SUS, sob pena de descredenciamento do estabelecimento de saúde do SUS, sem prejuízo das demais penalidades previstas em lei.
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