O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, lança hoje em Salvador o seu novo Partido Social Democrático (PSD)
Gilberto Kassab tem como objetivo, ao lançar uma nova legenda, concorrer ao governo de São Paulo em 2014
Termina hoje, após sete meses de negociações, a novela sobre o destino político do prefeito Gilberto Kassab. Ele lançará seu novo partido em Salvador, exibindo como principal aliado o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos. Os dois solicitaram o desligamento do DEM na última sexta-feira.
Kassab e Afif fecharam na tarde de sexta-feira os detalhes do estatuto da nova sigla, que se chamará PSD (Partido Social Democrático). O envolvimento de Afif com o projeto do prefeito deixou constrangidos os aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que passaram a defender a redução do espaço político do vice no governo.
O objetivo do prefeito de São Paulo com a nova legenda é abrir espaço para lançar sua candidatura ao governo do Estado nas eleições de 2014. O projeto incomoda Alckmin, que provavelmente será candidato à reeleição e não deseja ter Kassab como adversário.
Aliados do governador já aconselharam Alckmin a afastar Afif do cargo de secretário de Desenvolvimento do Estado, que ele acumula com a função de vice-governador. Alckmin, no entanto, tem dito que prefere evitar punições tão explícitas.
Também descontentes estão os dirigentes do DEM, partido pelo qual Kassab e Afif se elegeram. Só ontem, após fechar o formato da nova sigla, Kassab telefonou para o presidente do Democratas, senador José Agripino Maia (RN), para oficializar seu desligamento.
"Partido da boquinha"
A nova legenda teve de ser rebatizada pelo prefeito. O nome proposto inicialmente, PDB (Partido da Democracia Brasileira), foi descartado depois que adversários transformaram a sigla em anedota, dizendo se tratar do "partido da boquinha".
A cidade de Salvador, na Bahia, foi escolhida para o lançamento do partido para indicar que ele terá abrangência maior do que sugere seu berço paulista. O PSD nascerá com representação em nove Estados, nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.
Segundo aliados do prefeito, no Acre, a coordenação caberá ao senador Sérgio Petecão, hoje no PMN. Em Alagoas, Rui Palmeira, filho do ex-governador Guilherme Palmeira, estará à frente. No Amazonas, o governador Omar Aziz (hoje no PMN) e o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB), migrarão para a nova legenda.
O vice-governador da Bahia, Otto Alencar, hoje no PP, assumirá o comando do PSD no Estado. Ele espera atrair cinco deputados federais.
Em Goiás, Kassab deverá levar até quatro deputados federais para o PSD. Em Minas, o empresário Paulo Simão, amigo de Afif, trabalhará pelo partido.
Kassabistas afirmam que Indio da Costa, ex-deputado federal que concorreu à vice-presidência da República na chapa de José Serra (PSDB) no ano passado, assumiria a coordenação da legenda no Estado do Rio de Janeiro.
Hoje no DEM, Indio havia condicionado sua permanência no partido à garantia de que poderia disputar o comando da sigla com o ex-prefeito César Maia e seu filho, o deputado Rodrigo Maia.
Há ainda a expectativa de que a senadora Kátia Abreu (TO) e seu filho, o deputado Irajá Abreu, deixem o DEM e se filiem ao PSD até agosto, assumindo a estruturação da nova legenda em seu Estado.
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