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sexta-feira, 18 de março de 2011

JORNAL AFIRMA : USINA TERIA FALSIFICADO DADOS

O cônsul japonês , em Recife, considera que há sensacionalismo na cobertura da crise nuclear em Fukushima


A Tokyo Electric Power Company (Tepco), operadora da usina japonesa de Fukushima Daiichi, teria falsificado dados de segurança e "desonestamente" tentado esconder problemas na área.
A informação está no documento "Lições aprendidas com o Escândalo da Usina Nuclear da Tepco", divulgado pela própria empresa e ao qual o jornal britânico "The Times" teve acesso e publicou ontem.
Em 2002, cinco executivos da operadora pediram demissão em função da suspeita de falsificação de registros de segurança em usinas nucleares, e cinco reatores foram obrigados a cessar suas operações.
Quatro anos depois, a Tepco voltou a enfrentar problemas. O governo ordenou que a empresa checasse seus dados passados depois de ter sido relatada a falsificação de temperaturas de água de resfriamento na usina Fukushima Daiichi em 1985 e em 1988, e de os dados falsificados terem sido usados em inspeções obrigatórias da usina concluídas em outubro de 2005.
Em 2007, o governo pressionou novamente a Tepco por não ter informado corretamente sobre defeitos na usina nuclear Kashiwazaki-Kariwa, danificada após um terremoto de magnitude 6,8. A empresa teria assumido às autoridades, segundo o jornal, que calculou erroneamente a quantidade de vazamento de radiação.
Consulado nega
Em entrevista ao Diário do Nordeste, o cônsul do Japão em Recife (PE), Akira Suzuki, considera que o problema das usinas japonesas vem sendo tratado com sensacionalismo por parte da mídia de outros países. "A comunidade internacional exagerou um pouco", disse Suzuki. De acordo com ele, a radiação provocada pelo incidente em Fukushima é muito baixa e não vai prejudicar a população.
O cônsul em Recife rebate as críticas que vêm sendo feitas à maneira como estão sendo repassadas as informações referentes à usina de Fukushima Daiichi. "Queremos informar tudo de forma transparente. O governo japonês tem tentado ser transparente, mas a situação é complicada demais", avalia Akira Suzuki.
Para ele, entre as muitas prioridades do governo do Japão, solucionar os problemas nos reatores da usina nuclear é a mais urgente. "Os técnicos e especialistas japoneses estão trabalhando com esforço e sofrendo com o perigo nuclear", disse.
A estimativa do cônsul é que o país, especificamente a região nordeste (a mais atingida), levará de seis meses a um ano para retornar a uma situação de normalidade. Ele relembra que foi assim em grandes terremotos que já abateram os japoneses anteriormente, como o que arrasou a cidade de Kobe, em janeiro 1995 e acabou matando cerca de 6.500 pessoas.
"Após a 2ª Guerra Mundial, sofremos muito e nos esforçamos para recomeçar. Acredito que superaremos mais essa dificuldade no Japão com o esforço do nosso povo", disse Suzuki.
OPERAÇÃO
Embaixada no Japão prepara retirada de mais brasileiros
 A Embaixada do Brasil no Japão e o Consulado-Geral do Brasil em Tóquio preparam para hoje uma nova operação de resgate de brasileiros que vivem na região de Miyagi, onde está a cidade de Sendai, que sofreu tremores intensos de terra e tsunamis. Serão enviados dois ônibus, um caminhão e uma van para a região. O Ministério das Relações Exteriores informou que os brasileiros retirados de Sendai serão levados para Tóquio.
Na última quinta-feira, foi resgatado um grupo de 26 brasileiros que morava nas áreas de Miyagi e Fukushima - onde houve os acidentes nucleares. Do total de 254 mil brasileiros que vivem no Japão, 777 estavam em áreas consideradas de risco em decorrência dos tremores de terra, tsunamis e acidentes nucleares.
De acordo com o Itamaraty, há um esquema de plantão tanto na Embaixada do Brasil no Japão, quanto nos três consulados em funcionamento no país. Paralelamente, há funcionários da representação brasileira que percorrem as áreas mais atingidas para levantar as necessidades e entregar mantimentos.
Diminuição de tarifa
A Telefônica diminuiu os preços de telefonemas de discagem direta internacional (DDI) para o Japão a tarifas de ligações locais, tanto entre telefones fixos quanto de fixos para celulares.
De acordo com a companhia, o objetivo é facilitar a comunicação de quem está no Brasil com parentes e amigos no Japão.
Os valores passaram de uma média de R$ 2,00 para R$ 0,10 o minuto de fixo para fixo e R$ 0,70 de fixo para móvel, tanto no período normal como no reduzido. Os novos preços começaram a ser cobrados ontem e vão até o dia 31. A quantidade de comunicações telefônicas para aquele país pela rede da empresa teve um grande aumento desde o sismo e as ondas que alcançaram a ilha.
A soma de minutos das chamadas com origem no Brasil para o Japão se ampliou em mais de dez vezes e hoje está três vezes maior. A companhia optou por decisões semelhantes em outras nações, como serviço de mensagens SMS gratuito.

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