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MAGAZINE LUIZA

quarta-feira, 16 de março de 2011

RADIAÇÃO CHEGA A TÓQUIO, E REATOR SOFRE INCÊNDIO

Medo provoca fuga da capital; barras de combustíveis foram danificadas, informou a operadora da usina


Especialistas testam nível de radioatividade, embora o governo afirme que não há perigo para a saúde


Os níveis de radiação aumentaram em Tóquio e em outras cidades do Japão, após explosões e um incêndio serem registrados no complexo nuclear Fukushima Daiichi, seriamente danificado pelo terremoto de magnitude 9,0 - seguido de tsunami - que atingiu a costa nordeste do país na última sexta-feira. A população prepara-se para ficar em casa fazendo estoque de água engarrafada, mantimentos e máscaras de proteção.
Várias pessoas deixaram a cidade, ontem, e moradores permaneceram dentro de suas casas, apesar das garantias do governo de que os níveis de radioatividade detectados até o momento na capital japonesa "não são um problema".
Hoje (horário local), o reator 4 da usina voltou a ser atingido por um incêndio, que foi controlado. A operadora da central, Tokyo Electric Power Co. (Tepco), afirmou que as barras de combustível nuclear dos reatores 1 e 2 foram parcialmente danificadas.
O dano no reator 1 foi de 70%, e no 2, de 33%. O núcleo dos reatores parece ter derretido parcialmente após a perda das funções de resfriamento, ocorridas na sexta-feira. O derretimento aumentaria o risco de danos aos reatores e de um possível vazamento nuclear.
"Heróis"
Sob sério risco de contaminação, 50 técnicos de Fukushima, usando roupas especiais e se abrigando sempre que possível na sala de controle (protegida contra a radiação), passam o dia bombeando, com mangueiras, água do mar para conter o superaquecimento das barras de combustível.
Segundo especialistas, os técnicos que ficaram na usina estarão cada vez mais expostos à radiação e terão de ser substituídos se a luta para evitar um desastre maior durar muitos dias. "Não será exagero chamá-los de heróis", disse David Brenner, da Universidade Columbia.
Críticas
Cresceram as críticas da imprensa japonesa à atuação do premiê Naoto Kan durante a crise nuclear e à Tepco.
O próprio Kan atacou a empresa por demorar uma hora até enviar ao governo dados sobre a explosão no reator 2, tida como a potencialmente mais grave até agora, pela suspeita de rachadura na contenção. A atitude pode ser considerada um rompante para os padrões do país, que tem políticos contidos.
Declarações muito vagas e a falta de comunicação entre a Tepco e Kan nas ações para acabar com a crise múltipla romperam de vez a confiança do povo japonês no governo, cujo índice de aprovação, antes mesmo do terremoto, era de meros 20%.
"Eles têm dado informações muito tarde. Eles deveriam ter consultado outros países e especialistas. Eles tentaram muito fazer tudo sozinhos. Acho que eles próprios entraram em pânico e não conseguiam pensar direito. O Japão estaria melhor se ficássemos sem políticos por 10 anos", afirmou Masashi Yoshida, 53, morador de Tóquio.
As conferências de imprensa da Tepco têm sido rápidas e marcadas pelo uso de uma linguagem técnica que o público não compreende e pela imagem de executivos se inclinando e pedindo perdão.
Nem os prefeitos das cidades atingidas sabem mais o que fazer. "Temos que arrancar informações deles", reclamou Katsunobu Sakurai, prefeito de Minamisoma, na província de Fukushima.
"APOCALIPSE"
Europa vai testar segurança de suas centrais
Bruxelas, Bélgica. Os Estados europeus decidiram, ontem, testar a segurança de suas centrais nucleares para tentar acalmar a população preocupada com o que um comissário de energia da União Europeia (UE), Günther Oettinger, classificou de "apocalipse" no Japão, e que já levou alguns países, como a Alemanha, a fechar reatores.
Durante uma reunião de crise ontem, em Bruxelas, autoridades governamentais, especialistas nucleares e empresários do setor chegaram a um acordo para submeter as centrais europeias a "testes de resistência", anunciou Oettinger. "Trata-se de reavaliar os riscos de inundações, de tsunamis, de ataques terroristas, de tremores de terra, de cortes de energia", explicou o comissário. "No Japão, fala-se de apocalipse e acho que a palavra é particularmente bem apropriada", acrescentou.
Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel anunciou a suspensão por três meses do funcionamento dos sete reatores mais antigos do país.
França
O presidente da Autoridade Francesa de Segurança Nuclear (ASN), André-Claude Lacoste, já avaliou o acidente no nível de gravidade 6 em uma escala internacional de eventos nucleares e radiológicos, que chega apenas a 7. O governo japonês afirma que o nível é 4.
A França, que possui o maior parque nuclear civil na Europa, com 58 dos 153 reatores da UE, prometeu testar "todas as suas centrais, uma a uma".
No entanto, a maior parte dos países europeus tenta acalmar a situação. A Polônia, que se prepara para construir sua primeira central, não pretende colocar o seu programa em questão. Já a Bulgária não deve antecipar o fechamento de seus dois reatores, previsto para 2017.

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