No entanto, rebeldes relatam bombardeios e tiroteios na cidade de Misurata; 12 pessoas teriam morrido
O anúncio do ditador Muammar Kadafi será avaliado hoje durante uma reunião de chanceleres em Paris
O governo da Líbia anunciou, ontem, um cessar-fogo imediato no país, após semanas de confrontos entre forças do governo e rebeldes que exigem a deposição do governante Muammar Kadafi. O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Musa Kusa.
No dia anterior, o Conselho de Segurança da organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução permitindo uma ação militar internacional para proteger civis no país do norte africano.
O anúncio do governo líbio foi contestado pela oposição. Segundo os insurgentes, Kadafi prosseguiu seus ataques contra Misurata, terceira maior cidade do país e única ainda sob controle da insurgência no oeste da Líbia. Pelo menos 12 pessoas estariam mortas.
Hoje, o governo francês reunirá, em Paris, vários chanceleres e representantes dos governos dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, de outros países europeus, árabes e africanos para avaliar o cessar-fogo.
Ultimato
A possibilidade de bombardeios contra as forças de Kadafi, contudo, permanece alta. O ministro de Relações Exteriores da França, Alain Juppe, afirmou que seu país está pronto para intervir militarmente na Líbia.
O presidente americano, Barack Obama, deu um ultimato a Kadafi. "Um amplo alerta foi dado para que Kadafi interrompesse sua campanha de repressão. Se a resolução da ONU que pede um cessar-fogo não for obedecida, a comunidade internacional vai impor consequências", afirmou.
"Os Estados Unidos não mobilizarão tropas terrestres à Líbia. E não usaremos força para ir além de um objetivo bem definido, especificamente, a proteção de civis na Líbia", esclareceu o presidente americano.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, reiterou a exigência dos Estados Unidos para que Kadafi deixe o poder e disse que as declarações de cessar-fogo de Trípoli serão julgadas pelas "ações" e não pelas palavras.
Garantias
Segundo o ministro líbio Kusa, como a Líbia é um membro das Nações Unidas, o país "é obrigado a respeitar as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Apesar disso, o chanceler expressou sua "tristeza" com aspectos da resolução, que segundo ele prejudicam bastante a Líbia e são uma violação da soberania nacional do país. Kuso também negou que tenha havido novos bombardeios.
"Kadafi não fala nenhuma verdade. Todo o mundo sabe que Muammar Kadafi é um mentiroso. Ele, seus filhos, sua família e todos os que estão com ele são mentirosos", afirmou um dos comandantes rebeldes, Khalifa Heftir.
"Agora estão acontecendo batalhas nas ruas dentro da cidade", disse Heftir. Segundo ele, franco-atiradores leais a Kadafi estão em telhados na Rua Tripoli, na periferia oeste de Misurata. Abdulbasid Muzairik, um morador da cidade, disse à Al Jazeera que as tropas de tropas de Kadafi bombardearam o Centro de Misurata. "O cessar-fogo não está vigorando", disse.
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