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MAGAZINE LUIZA

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

REVOLTA NA LÍBIA: Muammar Kadafi morre em tiroteio após ser capturado

A morte de ex-líder oficializa o fim de 42 anos de ditadura líbia. Anúncio de novo governo será feito amanhã
O ex-ditador líbio Muammar Kadafi morreu ontem vítima de um tiro na cabeça durante um tiroteio entre seus combatentes e homens fiéis ao novo governo, pouco após sua captura, segundo autoridades do Conselho Nacional de Transição (CNT), o governo provisório da Líbia.
Durante entrevista em Trípoli, capital do país, os representantes do CNT informaram que não houve ordem para matar o ex-líder líbio. Kadafi, que tinha 69 anos, foi atacado próximo à sua cidade-natal, Sirte, quando integrava um comboio que tentava fugir da cidade. O comboio foi parado por um ataque aéreo francês, e depois abordado por tropas do novo governo líbio que estavam em solo.
O premiê líbio, Mahmoud Jibril, citando um laudo pericial, disse que Kadafi morreu vítima de uma bala na cabeça, durante o fogo cruzado. Segundo ele, não foi possível determinar de onde partiu o tiro.
"Kadafi foi tirado de uma tubulação (de esgoto)", na qual tentou se esconder, descreveu Jibril. "Ele não mostrou resistência. Quando começamos a andar com ele, foi atingido por uma bala em seu braço direito, e quando o colocamos na caminhonete ele não tinha outros ferimentos".
Um combatente do novo governo líbio disse que Kadafi gritou "Não atire! Não atire!" ao ser descoberto na tubulação.
"Quando o carro se moveu, ele foi atingido no fogo cruzado entre os revolucionários e forças de Kadafi", continuou Jibril.
O coronel estava vivo quando foi tirado do local, mas morreu minutos antes de chegar ao hospital para o qual seria levado na cidade de Misrata, ainda segundo o laudo citado por Jibril.
Fotografias e filmagens feitas por telefone celular durante o ataque mostraram Kadafi ferido sendo carregado por combatentes e também seu corpo sendo arrastado pelo chão. Ainda não estava claro o que seria feito do corpo do coronel.

Transição democráticaO CNT, que assumiu o governo do país desde a queda de Kadafi, no fim de agosto, disse que o anúncio da criação de um novo governo transitório e o começo da transição democrática vão ser feitos amanhã em Benghazi, cidade em que começou a rebelião anti-Kadafi, em meados de fevereiro.
O conselho também confirmou que Muatassim, um dos filhos de Kadafi, foi morto e teve seu corpo levado à cidade de Misrata. Mas o governo transitório líbio não confirmou se outro filho do ex-ditador, Saif al-Isral, foi morto ou capturado vivo. A busca por ele continua.
Saif é acusado de crimes contra a humanidade pela Corte Penal Internacional, que ontem voltou a insistir para que ele se entregue e enfrente a Justiça.
Tomada de Sirte
A cidade de Sirte, último foco de resistência dos combatentes kadafistas, foi tomada definitivamente pelos rebeldes ontem, após semanas de cerco e resistência dos homens fiéis ao ex-ditador.
A TV "Líbia Livre" chegou a divulgar que, na ação, haviam sido presos Muatassim, um dos filhos do coronel, além de Mansur Dau e Abdala Senusi, dos serviços de inteligência. Os rebeldes depois confirmaram que Muatassim foi morto em Sirte.
Já o médico Abdu Rauf disse que o ex-ministro de Defesa do regime deposto, Abubakr Yunes Jaber, também morreu na ação.
Após saberem da morte do ex-ditador, os rebeldes e a população comemoraram nas ruas das principais cidades líbias.
Derrubado em agosto após a tomada de Trípoli, Muammar Kadafi estava desaparecido desde então e prometia reagir às tropas do CNT, que tenta, com apoio das potências ocidentais, reorganizar o país na transição para a democracia.
O ex-ditador era procurado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia, das Nações Unidas, por crimes contra a humanidade cometidos durante a repressão aos rebeldes.
O CNT havia garantido, em várias ocasiões, que pretendia levar o coronel e seus aliados a julgamento no próprio país.
Guerra civilIniciada em meados de fevereiro na cidade de Benghazi, a rebelião contra o ex-ditador colocou a Líbia em uma violenta guerra civil e em crise humanitária, que provocou milhares de mortes.
A repressão da rebelião por forças do governo mataram pelo menos 25 mil pessoas e provocavam crescentes críticas da comunidade internacional, inclusive de ex-aliados do coronel.
Com o apoio aéreo da Otan, obtido por resolução do Conselho de Segurança da ONU, os rebeldes lutaram em várias frentes para tentar derrubar o regime, que resistiu com violência.
Após idas e vindas nos conflitos, os rebeldes finalmente tomaram a capital, Trípoli, no fim de agosto. Desde então, focos de resistência foram combatidos, principalmente nas cidades de Bani Walid e Sirte.
Em diversos áudios divulgados à imprensa aliada enquanto estava desaparecido, Kadafi prometeu reagir às tropas rebeldes e pedia que os líbios lutassem.
O Conselho Nacional de Transição afirmava que só começaria o novo governo transitório após debelar totalmente a resistência kadafista.
Primavera ÁrabeA rebelião contra Muammar Kadafi começou no contexto da chamada Primavera Árabe, série de movimentos pró-democracia que também derrubou governos na Tunísia e no Egito e abala atualmente os regimes ditatoriais no Iêmen e na Síria.
REPERCUSSÃO MUNDIAL
Líderes comemoram queda
Genebra.
O anúncio do Conselho Nacional de Transição da Líbia de que o ex-ditador do país foi morto ontem gerou forte repercussão internacional. Os líderes dos principais países e organizações do mundo reagiram à informação antes mesmo de ela ser confirmada por fontes independentes ou pela Otan.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou que a morte de Muammar Kadafi marca uma "transição histórica" para a Líbia. Ban pediu que todos os combatentes do país entreguem suas armas.
"Este é apenas o fim do começo. O caminho pela frente para a Líbia e seu povo será difícil e cheio de desafios. Agora é hora de todos os líbios se unirem", afirmou o secretário-geral.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, um dos mais fervorosos patrocinadores da intervenção internacional na Líbia, saudou o desaparecimento de Kadafi como "um grande passo na libertação da Líbia".
Ex-aliado de Kadafi, o premiê da Itália, Silvio Berlusconi, disse que "a guerra acabou". "Sic transit gloria mundi" (Assim passa a glória do mundo), declarou o premiê, em latim, durante reunião com partidários.
O secretário-geral da Otan, Anders Rasmussen, disse que a Líbia agora pode pôr um ponto final em um longo e sombrio capítulo de sua história. Ele fez um apelo para que "todos os líbios deixem de lado suas diferenças e trabalhem juntos para construir um futuro melhor".
Em discurso na tarde de ontem, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que o assassinato de Kadafi mostra que o norte da África, imerso em revoltas desde o início do ano, não aceita mais os governos ditatoriais de "mão de ferro" .

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