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MAGAZINE LUIZA

terça-feira, 25 de agosto de 2009

FALTA DE LEITOS CAUSA MORTE DE BEBÊS NO CEARÁ

Por não ter UTI neonatal no Interior, bebês precisam ser transferidos para Capital e acabam morrendo
No Centro-Sul, os recém-nascidos que necessitam de atendimento especializado nos casos graves precisam ser transferidos com urgência para Fortaleza. A falta de leitos em Unidades de Tratamento Intensivos (UTIs) neonatais agravam a situação. Ocorrem mortes na fila de espera ou mesmo no decorrer da viagem. "A situação dos bebês que necessitam de assistência especializada, em casos de emergência, é grave", diz o secretário de Saúde de Iguatu, Joab Soares. "Não há leitos disponíveis nas UTIs".
Esta cidade é a única da região Centro-Sul que dispõe de um berçário de médio risco. Os casos graves são encaminhados para os Hospitais Albert Sabin, César Cals e Maternidade-Escola Assis Chateaubriand, em Fortaleza, mas sempre falta leito. "Todas as vezes que pedimos vagas por meio da Central de Regulação da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), não conseguimos. Isso nos obriga a encaminhar o recém-nascido pela emergência", observa Soares.
A falta de leitos em UTIs neonatais aumenta o risco de morte dos recém-nascidos. "Enquanto aguardamos assistência, há perda de bebês", observa Soares. "Infelizmente a demanda é sempre maior do que a oferta de leitos". A falta de médicos especializados em Neonatologia agrava ainda mais a situação no Interior. Segundo dados do Hospital Regional de Iguatu (HRI), são transferidos, por mês, uma média de oito bebês prematuros em estado grave. Desse total, dois morrem.
O presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado do Ceará (Consemes), Policarpo Barbosa, disse que é antiga a demanda por leitos de UTIs neonatais no Interior. "Há uma deficiência enorme no Interior, pois a maioria dos investimentos é feita na Capital. Muitos prematuros são transferidos de forma precária, ocasionando a morte perinatal". Barbosa considera a situação grave e defende maior apoio do Estado para o Interior.
Conforme dados da Sesa, há UTIS neonatais apenas em Barbalha, com sete leitos, Juazeiro do Norte, com dez, e Quixadá, com oito. Na zona norte, não há UTI neonatal. Para melhorar o atendimento no Interior, a Sesa apresentou ao Ministério da Saúde, em abril passado, o Plano Estadual de Redução da Mortalidade Infantil, que prevê a implantação de 57 leitos de UTI neonatal em nove cidades do Interior e de 209 em Unidades de Cuidados Intermediários. Deverão ser atendidos Iguatu, Caucaia, Maracanaú, Sobral, Tianguá, Crateús, Crato, Barbalha e Juazeiro do Norte.
A meta do Ministério é reduzir em 5% o índice de mortalidade neonatal neste ano e a mesma taxa em 2010. O secretário Executivo da Sesa, Raimundo José Arruda Bastos, disse que o governo reconhece a necessidade de implantação de mais leitos de UTI neonatal no Interior. "Temos um conjunto de ações planejadas desde 2007 para ampliar e melhorar o atendimento da média e alta complexidade. "Encontramos uma lacuna nessa questão de UTI".
Segundo Bastos, a Sesa tem um projeto de reestruturação amplo que prevê construção de dois hospitais, policlínicas e realização de consórcios com os municípios. "É um programa de reforço em ações preventivas e uma das metas é reduzir a mortalidade materna e infantil. O problema que ocorre hoje na Capital reflete a falta de leitos de UTI neonatal no Interior".
Assistência
Com o objetivo de oferecer uma melhor assistência aos bebês prematuros extremos, com infecção neonatal grave, a Secretaria de Saúde de Iguatu tenta, há pelo menos quatro anos, implantar no HRI uma UTI neonatal para atender a demanda crescente do Centro-Sul. "A nossa expectativa é que a UTI seja instalada até o fim deste ano, pois já assinamos convênio com o Ministério da Saúde", disse.
Iguatu é um dos municípios do Norte e Nordeste que devem ser contemplados com a instalação de UTI neonatal. Os equipamentos serão adquiridos pelo Ministério da Saúde e há contrapartida do Estado. O município fará a adequação da estrutura física do HRI. O credenciamento prevê a implantação de uma UTI com oferta de dez leitos e 30 de cuidados intermediários, isto é, de médio risco, ampliando a oferta do berçário. O berçário de médio risco do HRI foi criado em 2006 e atende uma média mensal de 16 bebês de Iguatu e outros municípios da região. A permanência é, em média, de 2 dias. Há períodos em que a demanda é maior.

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