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MAGAZINE LUIZA

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

JOSÉ SARNEY DESCARTA RENÚNCIA

Sarney disse que as 11 representações que tramitam no Conselho de Ética são menores e manipuladas
Durante discurso no plenário do Senado, ontem, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), disse que vai permanecer no cargo. Ele afirmou que nenhum senador pode exigir a ele que renuncie: ´Na coerência do meu passado não tenho cometido nenhum ato que desabone minha vida. Todos aqui somos iguais, nenhum senador é maior do que outro e por isso não pode exigir a mim que cumpra sua vontade política de renunciar. Permaneço pelo Senado para que ele saiba que me fez presidente para fazer cumprir meu mandato´, disse Sarney. Sarney criticou a campanha que, segundo a ele, a mídia e alguns senadores estão fazendo contra ele. ´Hoje não se fala mais em crise administrativa do Senado, ela sumiu e toda a mídia e alguns senadores não a vinculam senão a mim. Não dizem o que fiz de errado, porque devo merecer punição, o que devo fazer para a reforma do Senado. Nunca se concentraram tanto contra uma pessoa como estão fazendo comigo, vasculhando a minha vida, desde o meu nascimento, e não encontrando nada, invadem minha privacidade e abrem devassa que se estendem por minha família inteira. Repito: Do que me acusam?´, questionou.
O presidente do Senado disse ainda que as 11 representações que tramitam no Conselho de Ética são menores e manipuladas. De acordo com Sarney, as denúncias não apresentam queda de padrão ético. ´Nunca meu nome foi envolvido em qualquer escândalo. Agora as acusações que me foram feitas nas diversas representações apresentadas no Conselho, nenhuma coisa se relaciona com prática de atos ilícitos ou desvio de dinheiro público. São coisas que não apresentam queda de padrão ético. Vou citar para mostrar como são menores e como podem ser jogadas e manipuladas (as representações). Todas são respaldadas por recortes de jornal. O Conselho de Ética é um órgão julgador e não autoriza a abertura de processos por recortes de jornal´, argumentou.
Sarney afirmou que seu neto José Adriano Cordeiro Sarney nunca teve relação com o Senado: ´A relação dele era com o HSBC, um dos maiores bancos do mundo. O contrato dele é de 2005, quando eu nem era presidente, não tinha nada a ver com isso. Quando assumi a presidência agora, ele não era mais credenciado para operar com o HSBC´, afirmou Sarney.
Sobre o fato de ter dito que não era gestor da Fundação Sarney, o presidente do Senado mostrou trecho do estatuto da instituição para mostrar que havia passado a gestão para José Carlos de Souza e Silva.
Em outro trecho do discurso, disse estar sendo julgado por quebra de decoro, mas que exploraram a família dele, em algumas das denúncias. Sarney se referia a trechos de áudios divulgados pelo jornal ´O Estado de S. Paulo´, que estavam sob segredo de Justiça: ´Foram divulgados trechos de forma ilícita, de processo que estava em sigilo de Justiça. Isso é uma ilegalidade, além de ser uma brutalidade.´
Reações divergentes
Os senadores divergem sobre o efeito do discurso. Integrantes da tropa de choque acreditam que ele apresentou argumentos convincentes. Mas a oposição diz que ele não conseguiu explicar várias denúncias. ´O discurso foi convincente para quem quiser ouvir argumentos, para quem não quiser ...´, disse o líder do PMDB, Renan Calheiros.
Na opinião do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), o discurso teve várias falhas. O tucano diz que Sarney faltou com a verdade em vários momentos. ´Sarney diz que não tinha nenhuma relação com Rodrigo Cruz, mas ele é genro de Agaciel Maia (ex-diretor-geral do Senado) e Sarney foi seu padrinho de casamento´, disse.
INVESTIGAÇÃOConselho arquiva denúnciasBrasília. O presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ), encerrou a sessão de ontem depois de enterrar quatro denúncias apresentadas ao colegiado contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) e uma contra o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL).
Depois, sugeriu que, se as próximas ações contra Sarney, forem baseadas apenas em denúncia de jornal, também serão arquivadas. Questionado se não seria mal visto pela opinião pública, Duque respondeu, com ironia: ´Não me preocupo, porque sou o senador mais duro (sem dinheiro) do Senado´.
A primeira denúncia arquivada foi apresentada contra Sarney era sobre as suspeitas de que ele teria beneficiado o neto José Adriano, em operações de crédito consignado de funcionários da Casa.
´O documento se limita a citar pretensos fatos´, argumentou Duque. Ele acrescentou ainda que o Supremo Tribunal Federal (STF) exige que a prova não seja recortes de jornal. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) interrompeu Duque para dizer que o STF não permite recorte de jornal na condenação, mas que aceita para a abertura de investigação.
Na segunda, Sarney era acusado de quebra de decoro parlamentar por ter mentido sobre sua participação na direção da Fundação José Sarney. Duque pediu o arquivamento alegando que a denúncia de Virgílio era baseada apenas em recortes de jornais.
´O Conselho não pode ser instrumento para denúncias vazias, baseadas em denúncias de jornais, os quais o objetivo ninguém sabe qual é´, justificou Duque.
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) protestou contra a decisão e disse que Paulo Duque está fazendo juízo de valor ao negar a abertura de processo contra Sarney.
Também à Fundação José Sarney era a terceira denúncia arquivada. Tratava especificamente da suspeita de a instituição ter desviado pelo menos R$ 500 mil do patrocínio de R$ 1,3 milhão da Petrobras para empresas fantasmas e empresas da família do presidente do Senado. A denúncia foi apresentada pelo líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM).
´Não pode este conselho ser nem instrumento de ação político-partidária nem substituir o eleitor em sua decisão soberana como titular do poder´, diz o relatório do presidente do Conselho de Ética, que considerou as acusações genéricas. Virgílio anunciou que vai recorrer.
As duas representações arquivadas por Duque, apresentadas pelo PSOL, contra Calheiros e outra contra Sarney acusavam os senadores peemedebistas pela edição de atos secretos do Senado. O despacho que ele deu para as duas representações é igual, alegando que as mesmas também foram baseadas em recortes de jornais.

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